O Enade, a Biomedicina e a importância da qualidade dos cursos de graduação
MARCO ANTONIO ABRAHÃO
stá
chegando o momento de mais uma edição do Exame Nacional de
Desempenho dos Estudantes e a inclusão da Biomedicina provoca expectativas
em relação ao desempenho dos universitários da área.
A qualidade do ensino superior é a grande preocupação,
pois o futuro da profissão está em jogo. Sem uma boa formação
é praticamente impossível enfrentar as dificuldades de um
mercado altamente competitivo como o da Biomedicina. Daí a importância
da qualidade dos cursos de graduação, que estará sendo
avaliada no teste.
A defesa da qualidade dos cursos de graduação sempre foi uma
das maiores preocupações do Conselho Federal e dos Regionais
de Biomedicina. Aliás, ela foi a principal razão do nosso
amplo combate à redução da carga horária mínima
dos cursos de Biomedicina em face às conseqüências negativas
na excelência do ensino do curso e na formação acadêmica.
Avançamos consideravelmente na profissão em razão da
qualidade de nossos profissionais; buscamos sempre mais qualidade na prestação
de serviços e entendemos que a diminuição da carga
horária dos cursos e dos estágios não atenderia aos
anseios e necessidades da Biomedicina.
O Enade, nova versão do antigo Provão, é um processo
destinado a avaliar o desempenho dos estudantes com relação
aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares
dos cursos de graduação. Também serve de instrumento
para destacar o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias
ao aprofundamento da formação geral e profissional. E ainda
revela o nível de atualização dos estudantes com referência
à realidade brasileira e mundial.
Desta vez, ao contrário do que ocorreu na edição anterior,
o Enade terá questões bem mais específicas da Biomedicina,
graças à luta do conselheiro Dácio Eduardo Leandro
Campos, integrante da Comissão Assessora de Avaliação
de Biomedicina, grande responsável pela constituição
de um grupo formado apenas por profissionais biomédicos, o que não
aconteceu no teste de 2006.
A comissão do MEC encarregada de elaborar a prova modificou a composição
das questões dessa avaliação, no sentido de que os
questionamentos abordem temas relativos às disciplinas constantes
da grade curricular dos estabelecimentos particulares e oficiais, contemplando
não só as instituições voltadas para Ensino
e Docência como também as voltadas para a área de Diagnósticos.
As provas serão constituídas por 10 questões de avaliação
da formação geral, comum aos cursos de todas as áreas,
e por 30 questões específicas para cada área. O componente
geral da prova vai investigar a formação de um profissional
ético, competente e comprometido com a sociedade no qual vive. E
o componente específico avaliará as competências, habilidades
e o domínio de conhecimentos necessários para o exercício
da profissão. Nesta edição da Revista do Biomédico
apresentamos mais detalhes do que será a avaliação
do MEC.
Somente farão a prova os alunos selecionados pelo Ministério
da Educação. Ela tem caráter obrigatório para
todos os selecionados. O estudante deverá realizar o exame para ter
sua participação registrada no histórico escolar
diploma. O aluno que não realizar a prova não receberá
o diploma de conclusão do curso. Aquele que for dispensado terá
essa dispensa registrada no histórico escolar. A nota obtida no exame
não ficará registrada no diploma do aluno.
Vale ressaltar que o Conselho Federal de Biomedicina, ao editar a Resolução
nº 139, de 2007, agregou valor ao título obtido pelo formando
em Biomedicina, valorizando a sua participação no Enade. O
egresso, elemento-chave de todo o processo de avaliação, passa
ter o direito de solicitar do CRBM de sua jurisdição, caso
seja de seu interesse, a consignação, em sua carteira profissional,
da nota de sua prova.
A qualidade do ensino superior é a grande preocupação, pois o futuro da profissão está em jogo..
Marco Antonio Abrahão
é presidente do Conselho
Regional de Biomedicina 1ª Região