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Biomedicina caminho da estrutura ideal
Marco Antonio Abrahão, presidente do CRBM - 1ª Região,
mostra realizações e fala de novos desafios
“Todos precisam estar conscientizados de que ainda temos muito a realizar, embora já tenhamos conseguido
muito desde a criação da Biomedicina. No entanto, é preciso fazer prevalecer essas conquistas, para que
possamos desfrutá-las na prática
e não apenas no papel”.
mbora ainda pretenda desenvolver novos projetos, o presidente do Conselho Regional de Biomedicina, Marco Antonio Abrahão, mostra-se satisfeito com o que conseguiu realizar nos últimos anos à frente do órgão. “Elegemos várias metas para a atual administração e, após muito empenho, conseguimos atingir nossos objetivos muito antes do esperado, ou seja, 1 ano de 2 meses antes do término de nossa gestão”, afirma.
Fazia parte principal do plano de metas: dar à Biomedicina, de uma maneira geral, meios para que sua estrutura fosse reformulada e ampliada. “E isso foi obtido com o apoio que o CRBM ofereceu à Associação Brasileira de Biomedicina, à Associação Paulista de Biomedicina e ao recém-criado Sindicato dos Biomédicos Profissionais do Estado de São Paulo”, justifica. “Além disso, foi ampliada toda a estrutura de fiscalização e reformada a sede do CRBM em São Paulo.”
“Estamos satisfeitos porque cumprimos esses objetivos bem antes do prazo, o que nos permite pensar no futuro e fixar outros desafios; queremos avançar, obter novas conquistas para a categoria, visando facilitar a atuação dos novos biomédicos e sensibilizar a sociedade sobre a real importância da Biomedicina no contexto da saúde do país”, explica Marco Antonio Abrahão.

Como tem observado a estrutura da Biomedicina?
“A estrutura da Biomedicina sempre foi alicerçada no Conselho Federal e nos Regionais. Era pouco, não bastava. Tínhamos de incentivar as associações nacionais e estaduais. Elas estão sendo reestruturadas com toda a retaguarda possível do CRBM. Também demos respaldo para a criação do sindicato. Cada um dentro de seu campo de atuação. E no futuro essa estrutura prevê o desenvolvimento de federações e confederação. Só com essa estrutura teremos condições para pleitear plenamente os nossos direitos, embora muito possa ser realizado agora, a partir da consolidação das associações e sindicatos”.
Como atingir novos objetivos que colaborem para a estrutura da categoria?
“A união da categoria é fundamental para que se alcance o objetivo de consolidar a estrutura ideal da profissão. Em todos esses níveis de estrutura deve existir um trabalho em harmonia, definindo atribuições de cada órgão de acordo com as necessidades da categoria e respeitando sempre as peculiaridades de cada região, para que todos os organismos possam agir com competência. Como isso ainda não vem ocorrendo de forma plena, os direitos dos biomédicos acabam não prevalecendo “.

Quais as atribuições de cada organismo?
“O Conselho Federal é o órgão hierarquicamente superior e dele emanam resoluções para os Conselhos Regionais. Cabe a ele julgar em grau de último recurso procedimentos éticos e administrativos. Os Conselhos Regionais devem cumprir rigorosamente o que determina a lei e as resoluções do Conselho Federal, fiscalizando e orientando o exercício profissional. As Associações devem cuidar de reciclar os conhecimentos técnico-científicos dos biomédicos, organizando cursos, simpósios, congressos e outras atividades, tendo como objetivo atualizar o profissional diante de uma sociedade que exige cada vez mais qualidade, especialização, excelência e competência. Já o Sindicato tem como atribuição específica verificar jornada ideal de trabalho do profissional, piso salarial, acordos anuais, fazendo prevalecer todos os direitos trabalhistas garantidos pela CLT.”

O biomédico ainda está distante da estrutura ideal?
“Sim, ele ainda está distante da estrutura ideal, que garantiria os seus direitos. Infelizmente, é essa a realidade. Só com a

estrutura que mencionei em pleno desenvolvimento, acredito, teremos condições mínimas para pleitear nossos direitos. Por isso é que insisto que todos devem participar, todos têm de colaborar, cada um tem de fazer a sua parte, que seja em uma das entidades que citei. Falta gente para atuar. Ainda não temos o número necessário de pessoas para tudo o que deveríamos realizar nos municípios, nos Estados e na União”.

O biomédico tem de se conscientizar do quê?
“Todos precisam estar conscientizados de que ainda temos muito a realizar, embora já tenhamos conseguindo muito desde a criação da Biomedicina. No entanto, é preciso fazer prevalecer essas conquistas, para que possamos desfrutá-las na prática e não apenas no papel. Um exemplo bem prático disso são os concursos públicos de todos os níveis, Federal, Estadual e Municipal. Só conseguimos fazer prevalecer nossos direitos atualmente por meio de medidas judiciais. A solução está em desenvolvermos um trabalho permanente junto ao Poder Legislativo, ministérios, secretarias de Saúde e Administração, principalmente, uma vez que são as secretarias da Administração estaduais e municipais que elaboram os editais de convocação”.

O que mais o preocupa no que se refere ao biomédico?
“Sinto a ausência do profissional biomédico nas causas da classe. Nesses anos todos que lutamos pela Biomedicina, em uma batalha que começou em 1974, não tenho sentido interesse geral, espírito de corpo, nem estou conhecendo novas lideranças em número satisfatório, profissionais que estejam dispostas a utilizar a nossa experiência e avançar. Faltam pessoas que queiram se dar para as causas dos biomédicos. E, sem um número suficiente para administrar todas as entidades da Biomedicina, só temos de lamentar e acompanhar à distância a evolução das outras categorias. Portanto, independentemente da região, gostaríamos que todos procurassem seus conselhos regionais, associações ou delegacias e oferecessem sua colaboração com trabalho para o crescimento da Biomedicina e para que conquistássemos o que as outras categorias já conquistaram”.

O biomédico conhece as prerrogativas básicas de um conselho, uma associação ou um sindicato?
“Não. De uma maneira geral, ele desconhece. Os biomédicos têm se mostrado satisfeitos de uma maneira geral com a atuação do CRBM, mas se revelam insatisfeitos diante do não cumprimento das leis trabalhistas, da ausência de melhores condições de trabalho, de baixa remuneração por seus serviços e da falta de organização em maior número de cursos e simpósios, de acordo com recentes pesquisas feitas pelo CRBM. O que chama a atenção é a ansiedade comum do profissional e suas queixas com relação a uma atuação mais forte em áreas que não são de competência do Conselho, mas sim de associações ou do sindicato de classe, uma vez que a função básica do CRBM é orientar e fiscalizar. Mas é sempre bom deixar bem claro que uma associação e um sindicato só se tornam fortes se puderem contar com o apoio da categoria e isso não vem ocorrendo. Por isso é que conclamamos os profissionais biomédicos, principalmente os mais jovens, para que apóiem associações, sindicato e conselhos, para que possa haver igualdade de direitos para todos, pois, só com união e apoio, a categoria alcançará os seus objetivos e ficará cada vez mais forte. Os biomédicos não têm conseguido fazer prevalecer os seus direitos devido ao ainda frágil nível de organização da nossa categoria. As dificuldades são inúmeras. Dentre elas, o corporativismo arraigado de todas as demais instituições. Mas não adianta só reclamar. Precisamos ultrapassar esses obstáculos, derrubar barreiras, buscando melhor organização”.

“Faltam pessoas que queiram
se dar para as causas dos biomédicos. E, sem um número suficiente para administrar todas as entidades da Biomedicina, só temos de lamentar
e acompanhar à distância a evolução das outras categorias”.
“Gostaríamos que todos procurassem seus conselhos regionais, associações ou delegacias e oferecessem sua colaboração com trabalho para o crescimento da Biomedicina e para que conquistássemos o que as outras categorias já conquistaram”.