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O pioneiro da Biomedicina no Rio Grande do Sul
Renato Minozzo foi o primeiro biomédico a trabalhar, comandar laboratório
e formar novos profissionais em terras gaúchas
ioneiro, segundo o Dicionário Aurélio, é “o primeiro que abre ou descobre caminho através de região mal conhecida”. Poucas vezes essa palavra pôde ser tão bem empregada para definir a atuação de um profissional como no caso de Renato Minozzo. Primeiro biomédico a trabalhar no Rio Grande do Sul,
foi também o primeiro a abrir laboratório, o primeiro a implantar o curso de Ciências Biomédicas e o primeiro a formar biomédicos no Estado, além de ser o primeiro delegado do Conselho Regional de Biomedicina – 1ª Região e ter instalado a seção gaúcha da Associação Brasileira de
Biomedicina (ABBM).
Nascido no Rio Grande do Sul, Minozzo serviu a Aeronáutica em cidades como Recife, São Paulo, Brasília e Goiânia. Graduou-se em Ciências na Universidade Federal do Mato Grosso, em Biologia na Universidade Católica de Goiás e, finalmente, em Biomedicina, na mesma universidade, em 1990. Voltou ao Rio Grande do Sul,
onde abriu o primeiro
laboratório de análises clínicas
sob a responsabilidade de um biomédico, em 1998, na cidade
de Canoas. “Demorei mais
de um ano para conseguir o alvará”, lembra o desbravador, que era o responsável técnico e
administrativo pelo laboratório,
que vendeu há dois anos.

Dificuldades – Na época, Minozzo era o único biomédico em atividade no Estado. “Era difícil explicar até para a família o que é ser biomédico”, admite. “No Rio Grande do Sul há Farmácia e Bioquímica muito bem estabelecidas, com excelentes profissionais, e a aceitação de um biomédico foi muito difícil”, relata. No Sul, fez pós-graduação e mestrado em Saúde Pública

e atualmente faz especialização em Medicina Forense num convênio com a Universidade da Flórida. Em 2000, Minozzo foi convidado para estruturar o curso de Biomedicina no Centro Universitário Feevale, em Novo Hamburgo, o primeiro do Estado, do qual é coordenador até hoje. Atualmente esse curso conta com cerca de 520 alunos e é o único reconhecido pelo Ministério da Educação no Estado.
A ênfase do curso é em Patologia Clínica/Análises Clínicas.
“É um dos cursos mais procurados da instituição”, garante Minozzo,
que formou sua primeira turma em janeiro. Com a colação de grau da segunda turma em junho, já são 11 profissionais formados no Rio Grande do Sul, que, somados aos seis provenientes de outros Estados,
dão o total de 17 biomédicos em atividade em terras gaúchas.

Crescimento – A tendência, porém, é de um rápido crescimento no número de profissionais biomédicos no Rio Grande do Sul. Devido ao grande interesse dos alunos, hoje já há cursos de Biomedicina em mais cinco instituições gaúchas: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Fundação Faculdade de Ciências Médicas de Porto Alegre, Universidade de Cruz Alta e Ulbra, em Canoas e Cachoeira do Sul.
“Na Federal, é o curso mais
procurado, com 30,9 candidatos
por vaga”, revela.
Ciente de que o sucesso da profissão não provém apenas da formação de biomédicos, mas também de sua participação em órgãos representativos da categoria, em 2000 Minozzo tornou-se delegado do Conselho Regional de Biomedicina – 1ª Região para o Rio Grande do Sul. Agora, acaba de

"A tendência é que a Biomedicina vá chegando e se redimensionando no Rio Grande do Sul. Nós vamos nos somar aos demais profissionais da área de saúde para melhorar a qualidade dos serviços no Estado."


Renato Minozzo

"A tendência é de que, com o aumento do número de biomédicos, possamos
atingir, aqui no Rio Grande do Sul, outras áreas além das
análises clínicas, a começar pela pesquisa."


Renato Minozzo

participar da instalação da seção gaúcha da Associação Brasileira de Biomedicina, durante a quarta Semana Gaúcha de Biomedicina, realizada entre os dias 14 e 16 de setembro na Feevale.
Renato Minozzo tem recebido apoio e retaguarda necessários por parte do Conselho Regional de Biomedicina para incentivar a evolução da Biomedicina no Rio Grande do Sul. O presidente do órgão, Marco Antonio Abrahão,
faz questão de prestigiar as principais festividades que envolvem a Biomedicina, como é o caso das cerimônias de colação de grau, a instalação de delegacia, e a realização das várias edições da Semana Gaúcha da categoria.
O presidente do CRBM já proferiu várias palestras, quando exibe o vídeo institucional que dá uma panorâmica sobre a Biomedicina.
O crescimento da categoria no Estado pode ser constatado pelo aumento do número de participantes na Semana Gaúcha de Biomedicina. Em números redondos, a primeira edição do evento teve 75 participantes; a segunda, 140; a terceira 200 e a quarta, 500.
Essa força também pôde ser constatada no IX Congresso Brasileiro de Biomedicina realizado em abril, em São Paulo: o Rio Grande do Sul tinha o maior contingente de participantes
fora de São Paulo, com cerca de 70 representantes.

Tendência – “A tendência é que a Biomedicina vá chegando e se redimensionando no Estado”, explica Minozzo, que não pretende criar conflitos com outras profissões. “Nós vamos nos somar aos demais profissionais da área de saúde, como os bioquímicos, para melhorar a qualidade dos serviços no Estado”, acredita. “A tendência é de que, com o aumento do número de biomédicos, possamos atingir, aqui no Rio Grande do Sul, outras áreas além das Análises Clínicas, a começar pela
pesquisa”, prevê.
Justamente para evitar conflitos, Minozzo faz palestras sobre Biomedicina em escolas desde que chegou ao Rio Grande do Sul.
“Ainda sou convidado todas as semanas para fazer palestras, sempre evitando que se passe uma idéia errada da profissão”, conta.
“A legislação já garante o exercício da profissão, mas só mostrando qualidade e competência
é que nós, biomédicos, vamos nos colocar no mercado, que é bastante competitivo”, adverte.

A legislação já garante o exercício da profissão, mas só mostrando
qualidade e competência nós, biomédicos,
vamos nos colocar no mercado, que é bastante competitivo.


Renato Minozzo