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Biomédicos vítimas de situação
insólita na Fiocruz
Mal-entendido gera constrangimento, mas o problema é contornado.
ecentemente, profissionais biomédicos que prestam serviços à Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, enfrentaram uma situação insólita: foram alertados por seus superiores de que seus nomes constavam de relação de servidores “com indício de exercício ilegal da profissão”, de acordo com ofício do Conselho Regional de Biologia – 2ª Região encaminhado à Fiocruz. Segundo o CRBio2, eles deveriam providenciar inscrição imediata, caso contrário poderiam ser penalizados.
Cientificado do fato, o Conselho Regional de Biomedicina – 1ª Região encaminhou ofícios à Fundação Oswaldo Cruz e ao Conselho Regional de Biologia assinalando que nem todos os profissionais incluídos na relação estavam irregulares, uma vez que são biomédicos e estão inscritos no CRBM, conforme certidões que foram anexadas. O CRBM também afirmou que o ocorrido “acarretou enormes prejuízos aos profissionais em questão, ante o constrangimento imposto o que é absolutamente inadmissível”,
além de solicitar “correção da situação vexatória”, sugerindo o envio de correspondência aos biomédicos “com expresso pedido de desculpas pelo transtorno causado”.

Desculpas – O CRBio2 encaminhou ofício ao CRBM para explicar que, “em procedimento padrão de fiscalização”, pediu à Fiocruz relação de profissionais portadores de diplomas registrados em Ciências Biológicas ou Ciências com habilitação em Biologia, tendo recebido ampla listagem sem nenhuma especificação da profissão.
Classificando os fatos como “mal-entendidos”, o CRBio2 solicitou “sincero pedido de desculpas”, e acrescentou que “em momento algum (...) teve a intenção de fiscalizar profissionais que não estão em nossa competência”, alegando, ainda, que “de forma alguma houve dolo deste Conselho ao acionar os profissionais biomédicos”. Conclui o ofício: “Sabemos que este CRBio2 errou ao cobrar dos profissionais biomédicos a sua

inscrição e bem sabemos que o órgão que fiscaliza a profissão é o Conselho Regional de Biomedicina – 1ª Região. Resta-nos novamente pedir sinceras desculpas pelos inconvenientes e transtornos causados e nos retratar expressamente ante todos, afirmando que esse tipo de erro não mais se repetirá e ainda esclarecer que por parte deste Conselho os profissionais biomédicos terão sempre o respeito a que fazem jus”. O ofício é assinado por Marcelo Baptista de Figueiredo, agente de fiscalização.
A Fiocruz, também em ofício, esclareceu que em nenhum momento deixou os profissionais biomédicos em situação vexatória. Recordou que o questionamento apontado partiu do CRBio2 e que a fundação procurou dar conhecimento aos seus servidores do que estava ocorrendo. “O pedido de desculpas pelo transtorno cabe ao CRBio2”, visto ter sido ele “o causador do lamentável equívoco”.